sábado, 30 de abril de 2011

Ele era o mar [ uma parte qualquer]


.............................Fazia tempo que algo vindo de um espaço não identificado a fazia submergir em seus devaneios.
Ou talvez ela soubesse exatamente da onde vinham, mas a vida prosseguia em seu ritmo, a falta de ritmo também era ritmo ali.
“Havia lido uma frase com a qual se identificara toda sua vida, onde os personagens conversavam sobre o amor:...” você o ama com o corpo? ...Então pode ficar com ele.”
Sempre acreditara nisso,... “Perto do coração selvagem” relerá aquele livro tantas vezes.
E, agora, [olhos marejados pela água das emoções, ha., normal, - pensou]... Começava á duvidar daquela verdade que servia de suporte á sua vida.
Construir, destruir, reconstruir... Coisas básicas... Não, podia se dar ao luxo de não pensar no que era básico.
Sentimentos sim, cores, formas recortes, criação, movimentos se diluindo vibração. Pulsação. Era isso que a fazia viva. O seu básico era outro.
Ta... Mas , é só com o corpo que se ama ? E na distancia, na ausência prolongada, o que era aquilo que a queimava por dentro...

O amor pode sim ser de tantas formas. Pode? Mas em sua plenitude ele não deveria ser vivido totalmente? Letícia se perguntava coisas que podem soar bobas, mas pra quem está longe de quem ama, e lá longe, os sentimentos pareciam se multiplicar, porque na ausência você chega ao espaço do vazio.

Mergulhar, ele está mergulhando... Em algum lugar do mundo aquele homem que a derretia e todas as implicações que isso trazia. Mergulhando- tornou á repetir para si mesma.
Hahahahaha..quem falou que  se as coisas se resolvem com o tempo? Quem falou que transmuta o desejo em outra coisa? Quem? Em que?
O sol, o fogo, o fogo repetiu para si mesma... Coisas que me acolhem. Mas é mais simples aceitar sim        sim, existe um espaço e ele é sagrado onde se ama da forma que é possível, na distancia também se ama sim...e mesmo que tivesse que ir em pensamentos iria lá visita-lo,  no espaço do coração.

A falta de sentido, o que ñ se pode resolver pq está além dos seus ...sei lá o que, é aceitação, amar em devaneios, amar em silêncio, e, pelo dom que trazia consigo, ainda transformar isso em arte.
Haha, mais um desafio, ainda por cima ela mesma tinha essa pretensão... Transformar o não vivido em metáforas, cores, esculturas, desenhos, Fênix, serpentes, oceanos   linhas rabiscos rasgar tudo e febre    febre sempre, normal.

 “O amor é inexplicável.”


Bateu á porta, o sol... E tantas coisas deixadas de novo para mais tarde.

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