Imaginário. Movimentos
que se transmutam, dança música, era uma festa, talvez. E foi quando começou
uma conversa meio estranha, ela percebia na sua intenção sorrisos, palavras sedução.
–Isso conheço bem. Não vai me seduzir com magia, use seu próprio poder. _ Falou
a mulher.
Papo estranho, eu olhei de relance fingindo que não ouvia, como uma exploradora de palavras, cenas, observava para ver onde aquilo iria chegar.
Ele, sorrisos,
transparência, rara beleza. Eu olhando. - E o que é magia para você? Perguntou aquele
homem tão diferente, algo nele me fazia prestar atenção á tudo que acontecia, quase
como se eu participasse da cena.
A mulher
bebeu toda taça de champanhe, muito seria olhando nos olhos dele, respondeu: -
Para mim a única magia é amor, porque é a única coisa que pode nos transformar.
Magia não é também transmutar? Então, amor, e só.
Ele sorria
escancaradamente, eu sentia que naquele sorriso a magia não seria necessária
para enfeitiçar mulher alguma, mas... Eu era apenas a observadora. Quem sabe um
dia aquilo serviria para abastecer algum pedaço de mim?
_Não, e
gargalhou profundamente, ele, o homem; e disse: - Magia é vida. Vida é magia.
Muito tempo
se passou desde que ouvi esta conversa, e agora me pego lembrando cada olhar,
que não era para mim, cada palavra. E agora entendo. Talvez por que na ausência
ou possibilidade dele não estar mais aqui, ele, o outro, de tudo se esvair,
como é da magia da vida que as coisas se esvaiam se dilua evaporem e não mais sorrisos
não mais conversas nunca mais silêncios plenos nunca mais talvez os brancos o mistério
o que ele me revelava só em ser.
A gente só
sabe que vida é magia quando a vida fica por um triz.
PH;; IPOJUCAN
PH;; IPOJUCAN